Vamos falar sobre Ansiedade e Alimentação?
- Marcela Camargo
- 21 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

A ansiedade é um estado emocional normal que exerce um papel fundamental na detecção de ameaças, passando a ser considerada patológica quando é caracterizada por preocupações e medos intensos que podem impactar significativamente a qualidade de vida da pessoa.
Os sintomas apresentados podem ser variados como sintomas físicos, taquicardia, tremores, sudorese, boca seca, sintomas comportamentais como agitação, insônia e também cognitivos como apreensão, nervosismo, irritabilidade, desatenção e preocupação.
É importante lembrar que esses sintomas podem ser encontrados em diferentes transtornos de ansiedade e por isso é necessário um diagnóstico de um médico.
Aliás, de antemão já gostaria de deixar registrado que o tratamento multidisciplinar é o mais indicado: médico psiquiatra + nutricionista + psicólogo.
Ansiedade e Alimentação: como o nosso padrão alimentar pode influenciar nossa saúde mental
A conexão entre alimentação e ansiedade é complexa e envolve vários fatores.
Alterações do apetite ou do padrão nutricional podem não ser sintomas centrais no diagnóstico de ansiedade, mas a presença desses sintomas relacionados à alimentação pode gerar grande desconforto nos pacientes ansiosos.
Algumas evidências mostram que pessoas menos ansiosas tendem a apresentar um padrão alimentar mais equilibrado, enquanto pessoas com um nível maior de ansiedade costumam apresentar um padrão alimentar com a presença de um consumo maior de alimentos, principalmente doces.
Nessa questão, podemos pensar a respeito do comer como regulador emocional, ou seja, muitos pacientes ansiosos recorrem a comida, principalmente a alimentos mais palatáveis como doces e frituras, para confortar as suas emoções.

Uma alimentação equilibrada e nutritiva pode ajudar a moderar esses sintomas. E quando falo em equilibrada estou me referindo tanto ao consumo adequado de determinados nutrientes, quanto à comportamentos alimentares equilibrados, sem sentimento de culpa.
Diversas evidências vem mostrando que as deficiências nutricionais estão correlacionadas com transtornos mentais. Até porque o nosso cérebro também tem necessidades nutricionais para o seu bom funcionamento.
Falando em saúde mental não podemos deixar de falar sobre o hábito alimentar baseado no padrão ocidental, ou seja, caracterizado pelo baixo consumo de frutas, verduras e legumes, e com alto consumo de alimentos ultraprocessados, o que pode acarretar em deficiências nutricionais (vitaminas e minerais).
Nutrientes como ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes como salmão e sardinha, linhaça, chia, e antioxidantes presentes em frutas e vegetais variados, têm mostrado potencial para melhorar o bem-estar mental e redução da ansiedade.
Vitaminas do complexo B, como a B12 e o ácido fólico, também desempenham um papel importante na regulação do humor e na função cerebral. E aminoácidos que são envolvidos no processo de síntese de alguns neurotransmissores, como por exemplo o triptofano, um aminoácido que é precursor de serotonina.
Bom, Agora vamos falar de estratégias Alimentares para Controlar a Ansiedade
Mantenha uma Alimentação Equilibrada: Consuma uma variedade de alimentos que incluam frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Esse equilíbrio ajuda a garantir que seu corpo receba todos os nutrientes necessários para funcionar adequadamente.
Inclua Alimentos Ricos em Triptofano: O triptofano é um aminoácido essencial para a produção de serotonina, um neurotransmissor que ajuda a regular o humor. Alimentos como grão de bico, banana, nozes, sementes, tofu podem ajudar a aumentar os níveis de serotonina e melhorar a sua saúde mental.
Hidrate-se Adequadamente: A desidratação pode levar a irritabilidade e dificuldades de concentração. Certifique-se de beber água suficiente ao longo do dia.
Pratique a Alimentação Consciente: Comer com atenção plena pode ajudar a melhorar a relação com a comida e a reduzir o estresse. Reserve um tempo para saborear suas refeições e estar presente no momento, evitando comer em situações de estresse. Ter uma percepção dos sentimentos envolvidos ao comer é um exercício que deve ser praticado por quem tem ansiedade.
E para finalizar…
A ansiedade e a alimentação estão intimamente interligadas, e fazer escolhas alimentares saudáveis e conscientes pode ser uma estratégia eficaz para gerenciar e reduzir os sintomas de ansiedade, principalmente se houver sintomas relacionados à alimentação como alterações no apetite e no padrão alimentar, perda de controle ao comer, busca de alimentos mais palatáveis como doces e frituras, culpa após se alimentar…
Se você estiver lutando com a ansiedade busque a ajuda de um nutricionista especializado no assunto para te auxiliar a entender as suas emoções ao comer, desenvolver um plano alimentar que atenda às suas necessidades e que seja de acordo com a sua realidade, para ajustar possíveis deficiências nutricionais, ajudar na correção da ingestão alimentar de forma impulsiva e auxiliar na recuperação da autoestima e da imagem corporal.
Para finalizar deixo algumas questões para você refletir…
Você consegue identificar se come porque está com fome ou se come por algum outro motivo?
Você consegue identificar sentimentos e emoções que influenciam sua forma de comer?
Você sente culpa após comer?
Com carinho, da nutri que acolhe e entende as suas emoções!
Nutri Marcela Camargo
Nutrição Clínica e Comportamento Alimentar
CRN 51065
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